terça-feira, 19 de julho de 2011

The Witchin' Hour


review sobre os episódios de True Blood
s04e02 - You smell like dinner
s04e03 - If you love me, why am I dyin'?

Mordi minha língua. True Blood mais uma vez ownou.

Se no post do episódio anterior reclamei do reboot (recurso narrativo que reinicia uma idéia ou história), desta vez não tenho mais o que falar sobre ele, afinal, a passagem de tempo vista na perspectiva de Sookie não alterou significantemente o rumo da história. De todas as mudanças vistas, presumo que apenas a de Bill Compton como novo rei de Louisiana provocará mudanças estruturais na narrativa dessa temporada.


True Blood, este misto de monstruosidades humanizadas, já não impressiona tanto ao revelar que tal personagem é um ser sobrenatural. Nem somente se presta mais a prender o interesse do espectador pela descrição desses seres. A série é, e deveria continuar a ser, uma alegoria distorcida das relações humanas frente a “problemas” básicos como poder, ganância, paixão e ira. Jéssica, por exemplo, é mesmo uma inata caçadora ou apenas alguém cuja personalidade é fraca o bastante para escutar as palavras de Pam quanto ao flerte em Fagntasia?

Contudo, existem alguns personagens que travam o progresso da série, infelizmente. Um deles é Tara, que não se desenvolve maneira interessante desde o primeiro ano. Sua chatice e seu posto de vítima das circunstâncias tornam suas cenas monótonas, e nem mesmo seu caso lésbico mudará esse quadro. Da mesma forma, também rezo para que o papel daquela garçonete ruiva (esqueci o nome, sorry) também seja dissolvido; o draminha tolo com seu bebê com genes de serial killer provavelmente não irá a lugar nenhum.

Por outro lado, o que antes parecia uma versão de mal gosto das Bruxas de Eastwick ou Convenção das Bruxas (clássico do SBT), ganhou forma própria e se tornou uma ameaça real aos vampiros de True Blood. O Moon Goddess, coven liderado por Marnie, traz consigo Lafayette, Jesus (aqui prestando seu nome mais uma vez à ironia de seu nome) e Tara, numa profusa combinação que mudará as bases de lealdade entre o elenco.

Bill Compton, por sua vez, remete às mais longevas noites de Vampiro: A Máscara ao converter-se em Rei de Louisiana e mostrar-se mais complexo do que se imagina, pois apesar de seu interesse (romântico?) em Sookie, seus objetivos maiores parecem estar acima dele próprio. Infiltrar-se na monarquia e desmantelá-la de dentro pra fora é uma idéia potencial; veremos aonde isso vai dar.

sábado, 16 de julho de 2011

Reloaded Vampires

review sobre o capítulo de True Blood: S4E01 - She's not there

Quando se lê uma boa história, o desejo que nos desperta muito comumente é que ela fosse infinita, agradando-nos eternamente. Quem dera se existisse Matrix 4, 5, 6, 7... ou Clube da Luta 2: A Missão Caos. Mas como bem conhecemos o teor das continuações, dificilmente elas fazem jus ao material original, tornando-as dispensáveis e até mesmo ultrajantes se comparadas com o texto primário.


A natureza dos reboots também é ambígua: pode tanto ser para melhor ou pior. Alguns filmes e seriados são lançados porcamente, e quem dera se tivéssemos tantos Christopher Nolans por aí para consertar as cagadas de diversos diretores, tal como ele logrou em sua empreitada do novo Batman, de 2005.

E é o fenômeno do reboot que ocorre nesta season premiere da quarta temporada True Blood: com um recurso narrativo em diferentes planos dimensionais, acompanhamos Sookie fora de seu tempo durante sua estadia em Arcádia e, ao voltar ao plano material, descobre que Bons Temps está irreversivelmente alterada. Este “reset” no background dos personagens me suscita uma pergunta elementar: True Blood precisa mesmo disso? Desse salto temporal?

Em três temporadas, vimos muita coisa acontecer. Lobisomens, fadas, vampiros, metamorfos. Vimos um vampiro ancião entrar em rede nacional ao vivo e direcionar-se à America, enquanto arrancava a espinha de um jornalista. A série já contou tudo o que tinha pra contar? Se a resposta for “sim”, este reboot apenas trará mais dinheiro para o bolso dos produtores, colocando seu aspecto artístico em segundo plano. Se “não”, espero muito que Allan Ball me faça morder a língua e me apresente uma temporada tão boa quanto as anteriores, porque a única coisa que esta season premiere me fez sentir foi indagar o porquê eu deveria continuar dando audiência para o drama.

OBS: não pretendo fazer resumos dos capítulos neste blog. Os comentários são ACERCA da obra e só são úteis se você já a assistiu. Também não me vejo na obrigação de falar sobre cada um dos núcleos do show; esse tipo de resenha é esquemático e chato.