Ground zero.
Among the virtual dirt and the same bullshit that has been quoted uncountless times by people whose lazyness succeds in keeping them in a comatose state, I need to do something different, for a change.
To recombine everything we read, watch, and listen in order to create something new isn't really a gift or anything like that. It is just an unusual effort of a mind that urges to be set in motion only to avoid inertia.
You can do it as well.
The following lines are glimpses of what I am trying to do by my own, heavily based on everything I've kept contact with throughout my life.
Enjoy!
Tudo isso tem a ver com uma estrada que não deveria ter sido tomada. Um destino que me escapou dos dedos. Eu fui preso, subjugado, enclausurado. Fui confinado a uma maldita e inóspita cela que não possui fechaduras ou portas. Ainda assim, há oito dias eu consegui escapar dela, e prefiro morrer a voltar pra lá. Ninguém parece saber da existência dessa estranha prisão, exceto pelo meu provável captor. Ele disse que o tempo estava ao meu lado e apenas do meu. Maia também não faz a mínima idéia de todo esse conluio. Nos últimos dias, ela tem agido tão mecanicamente quanto qualquer outro estúpido autômato desta cidade.
Salões Oníricos, 2008.
-------------------------------------------------------------------------------------------------
Yule não tinha pressa nem era um sujeito afobado. Ele fazia exatamente o que tinha que ser feito no momento apropriado. Parecia que cada passo seu era sincronizado a um tipo de relógio superno. Ele desceu do carro, pegou sua maleta e entrou no prédio. Eu tive que forçar muito a acreditar no que meus olhos me mostrariam nos próximos minutos. Hesitante, segui-o até à recepção e observei-o assinar o livro de hóspedes. De lá, fomos conduzidos aos nossos aposentos. Yule trancou a porta, tirou seu sobretudo e abriu a maleta. Em seguida, recolheu o artefato e o ergueu na palma de sua mão. Aquilo me fez querer mijar no mesmo instante. Então era verdade; todos aqueles boatos eram verdade. Numa questão de tempo, a cidade se transformaria mesmo numa pira funerária e eu estaria no epicentro do cataclisma. Numa situação diferente, qualquer um diria para que Deus tivesse piedade de Yule. Mas, nesse caso, como se pede para que o bom Senhor seja clemente com o próprio Diabo?
O Vendilhão de Rumores, 2008.
Nenhum comentário:
Postar um comentário