Tenho uma tonelada de papéis escritos sobre Rapid City, mas eu simplesmente não tenho mais paciência sequer pra reclamar deste lugar. Não tem mais sentido. Vou falar sobre o que aparecer na reta, agora.
Ah! Vou puxar um assunto polêmico, então. Na semana passada ocorreu um evento muito famoso por aqui, o Rodeio. E com a vinda dele, centenas de cowboys e tietes infestaram as ruas da Downtown. Aqueles chapéus, esporas e camisas xadrez me matavam de rir, mas ao mesmo tempo me despertavam um sentimento de desconfiança. Explico.
Antes de tudo, cabe aqui lembrar que vários estados americanos foram "bem" representados por seus estilosos vaqueiros. Texas, Arizona, Nebraska... estavam todos aqui! Não pude também deixar de notar que a maioria desses hombres eram simples rapazes; poucos correspondiam ao estereótipo lançado pelo cinema hollywoodiano. É esse um dos pontos que quero chegar: minha surpresa com a quantidade de cowboys poser. Um bando de gente que provavelmente acha as roupas elegantes mas não deve ter coragem de sujar as botas no pasto. Ou mais hilário: bancam de machões, mas no fundo, no fundo... =X
Abro um paralelo aqui pra Brokeback Mountain, película dirigida em 2005 por Ang Lee. Lembro de te-lo assistido numa ocasião bastante embaraçosa, o que contribuiu ainda mais para que eu não considerasse os pontos positivos do filme. Acompanhado de uma menina muito bonita e do meu fiel escudeiro duas filas atrás (leia-se: Aline e Julião), a história de dois cowboys que se pegam numa cabana no Alabama me desceu quadrado. Como drama é apenas regular. Ja os aspectos técnicos de fato são acima da média (a paisagem e a trilha sonora é foda!). Independente, não seria um filme que eu recordaria eternamente, se não fosse por esse cruzamento de referências que tive a oportunidade de experimentar.
Brokeback Mountain destrói, esmirila, escurraça a imagem do cowboy durão. Num país em que o preconceito sexual é atenuado como os USA, foi muita coragem Ang Lee trazer um livro com tamanha propriedade para o Cinema. A noção de desconstrução de um way of life tão enraizado e reafirmado como o dos vaqueiros americanos é saudável por expor seus pontos ridículos. Ela desmascara e alfineta os posers e qualquer um que bota um mato na boca, cospe de lado e se diverte enquanto enforca um mamífero com seu laço.
A importância de Brokeback para o Cinema e para a Sociedade, principalmente a estadunidense, é ímpar. Vale a pena vê-lo de novo sob esse reformulado viés. Afinal, com toda a virilidade emanada por tais bravos homens, qual será a sensação da impotência diante de um tapa cinematográfico como este?
Não consigo ver por esse viés.. rs
ResponderExcluirVejo um filme com fotografia apenas, não lembro da trilha sonora.
Drama fraco e sem enredo, filme monótono. Aplaudo pelo tema polêmico e do jeito que foi, mas foi um filme que ficou muito aquem do que todos falaram, talvez o choque seja mesmo aí, assim como Tropa de elite foi pra cá.