segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Toda Luz Invoca uma Sombra

review sobre os episódios de DEXTER
5.04 - Beauty and the Beast
5.05 - First Blood

Uma vez mais Dexter é exposto. Uma vez mais o Dark Passenger tem sua chance de sair daquele canto escuro e se apresentar ao mundo. Sua voz grave é sutil e não passa a confiança necessária para conquistar a jovem Lumen (nome sugestivo), sobrevivente das presas de Boyd e testemunha da verdadeira face de Dexter. No cativeiro, a bela e a besta se combatem para chegar a um entendimento final. a garota consegue escapar, mas o Dark Passenger é implacável. Ele a toma pelo braço no meio do matagal e a leva ao pantâno dos barris, local já visitado na série. Dexter então fala sobre Rita e sua raison d'être. A faca invertida entregada a Lumen se torna símbolo máximo de cumplicidade. O preço que a garota cobra é barato: uma gota de sangue.



Na marina da cidade luz e sombra se encontram. O Dark Passenger, sem sucesso, implora para que a menina volte à sua terra natal, mas ela está obstinada a tirar a vida daqueles que a colocaram nessa situação indigna. Reparem como Lumen evita o toque masculino; Dexter não consegue sequer levar sua mão até ao ombro dela. Sua hipersensibilidade só pode ser explicada pelos constantes abusos que veio a sofrer em Miami, e é a partir de uma caçada amadora que ela encontra um falso molestador. A arma apontada é interceptada pela escuridão; Dexter consegue evitar uma tragédia e de quebra convence Lumen a tomar o primeiro vôo de volta a Minnesota.

Na mesma Miami, outras personagens também lidam com o problema de confiança. O Homem da Corregedoria surge no departamento de polícia e comunica particularmente à Laguerta que Angel pode perder o emprego e até mesmo ser preso pelo que fez ao outro policial no bar. O roteiro então nos leva a calçar os sapatos de Angel, pois a converssa entre a chefe e o corregedor, seguido da ansiedade da Laguerta e de suas desculpas de precisar chegar tarde em casa colocam o hispânico na mais cruel das realidades: a traição. Sua insegurança pela parceira e seu senso de propriedade o colocam no encalço da verdade, e ele a persegue assim como o carro de McCourt e a caroneira Laguerta. Inesperado, pelo menos por mim, foi a conclusão do caso (que não pretendo aqui contar).



Os highlights restantes ficam na imbecil caçada aos irmãos Fuentes pela detetive Morgan e seu estúpido plano de invadir sozinha uma sala secreta da casa suspeita. Bravo, Morgan! Igualmente decepcionante foi a tentativa frustrante e frustrada de Quinn em descobrir a identidade de Kyle Butler ao mostrar o retrato falado para o filho dos Mitchell, que estava sob escolta policial numa loja de conveniência. Quando o garoto estava pra abrir a boca, o maldito escoltador aponta sua arma para Quinn, que leva suspensão não remunerada por Laguerta. O espectador também leva suspensão quanto à revelação de Kyle.

A primeira parte da temporada está perto do fim e as peças do tabuleiro foram expostas. Meus palpites são:

- Lumen não morrerá, ao contrário das outras pessoas que descobriram a identidade de Dexter. Na verdade, talvez ela até venha a ser um futuro par romântico do protagonista.

- Quanto mais capítulos passam, mais evidentes ficam os mistérios em torno da babá de Harrison. Se continuar assim, acho que o caso dela vai se amarrar como o de Angel: nem tudo é o que parece.

- Dexter não consegue olhar pra Harrison e não ver um potencial serial killer. A cena no parquinho é ótima e serve de prenúncio para o filho do Dark Passenger (que também é colocado em evidência nos livros da série). Talvez a série termine mesmo com o protagonista sendo assassinado ou preso, mas deixando a semente do Mal representada pelo garoto.

Para fechar a review, coloco aqui uma das reflexões de Dexter sobre a vida - cujo ápice da inspiração permaneceram apenas na primeira e segunda temporadas. Até logo!


Arco-íris são uma ilusão.
Luz refratada para nos fazer pensar que
há algo lá, quando de fato não existe coisa alguma.

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