Quando se suspende a ideia de que a vida humana é vazia e desprovida de sentido, pode-se talvez extrair um pouco de humor ou quem sabe até regozijo da própria existência.
E o seriado britânico Skins sabe bem se aproveitar disso.
E o seriado britânico Skins sabe bem se aproveitar disso.
Esqueça padrões, formalidades. Abra mão de estereótipos tão necessários para rasas construções de personagens. Finja que não é hipócrita por abraçar um país como o nosso que, seguindo os moldes estadunidenses, despudora-se ao mostrar a bunda da Globeleza durante o carnaval, mas se torna cúmplice da censura por repreender trivialidades como um par de seios em "obras" da Globo Filmes.
Skins e o resto da Europa ri de você e seu falso puritanismo.
Como uma série juvenil pós "marcos" como Porks e American Pie, talvez essa produção da BBC infelizmente seja taxada como uma sucessora bastarda desses exemplos por focar em adolescentes que descobrem a vida adulta enquanto colocam o mundo ao avesso. Ainda que esta seja uma leitura quase acertada aos olhos da maioria, eu protesto com demasiada vêemencia.
Skins é, sobretudo, uma leitura artística sobre as identidades.
Os pais, os filhos, os professores e todos os agentes sociais retratados no seriado disformam ou remoldam o que são por causa de "simples" ações. Centrando seus nove capítulos da primeira temporada em cada um dos personagens regulares, temos aqui casos peculiares sobre a homossexualidade, religião, relações de poder, amizade, amor e a passagem do tempo, regado a uma trilha sonora acertada e ao roteiro que efetivamente dá vida aos protagonistas.
Skins, camuflada de uma historieta sobre jovens ingleses que se drogam e pensam/fazem sexo o dia inteiro, mas é tão profunda quanto Beleza Americana e tão sacástica quanto Misfits. E, se tentei aqui livrá-los da mácula do SPOILER, ao menos devo ressaltar sobre os personagens, constuidos de um elenco até então amador, mas afiadíssimo:
Cassie, a anoréxica, deveria ser idolatrada por seu personagem jacksparrowniano e genialidade ocultadas pela máscara de uma louca.
Tony é o playboy que, apesar de todas as suas canalhices, está certo a maior parte do tempo quanto à previsibilidade das pessoas.
Sid é um estúpido e tímido que faz lembrar de épocas negras das vidas de muita gente com ingenuidade exarcebada.
Michelle é um deperdício de oxigênio por nunca se valorizar internamente e confiar só em seus peitos.
Maxxie e Anwar pagam seus momentos em cena pela coesão da dupla: o gay e o muçulmano virgem.
Chris, you son of a bitch. Você é o cara. Me lembra bastante o Goku!
Jal talvez seja a mais afetada do grupo por questões familiares. Poor Jal.
Effy me faz lembrar o porquê eu amo personagens mudos e misteriosos.
Se você não tem crianças na sala, não se auto-engana e quer suspender a depressão,
vá por mim. Baixe Skins - a primeira temporada permita-se um pouco de arte juvenil.
Tony é o playboy que, apesar de todas as suas canalhices, está certo a maior parte do tempo quanto à previsibilidade das pessoas.
Sid é um estúpido e tímido que faz lembrar de épocas negras das vidas de muita gente com ingenuidade exarcebada.
Michelle é um deperdício de oxigênio por nunca se valorizar internamente e confiar só em seus peitos.
Maxxie e Anwar pagam seus momentos em cena pela coesão da dupla: o gay e o muçulmano virgem.
Chris, you son of a bitch. Você é o cara. Me lembra bastante o Goku!
Jal talvez seja a mais afetada do grupo por questões familiares. Poor Jal.
Effy me faz lembrar o porquê eu amo personagens mudos e misteriosos.
Se você não tem crianças na sala, não se auto-engana e quer suspender a depressão,
vá por mim. Baixe Skins - a primeira temporada permita-se um pouco de arte juvenil.
Skins, 9 episódios
2007
Indicada ao BAFTA por melhor drama.
Nenhum comentário:
Postar um comentário