domingo, 15 de abril de 2012

Finding beauty in dissonance

"O silêncio frio tem uma tendência em atrofiar qualquer
sentimento de compaixão entre supostos amantes."

-Tool

domingo, 1 de abril de 2012

What goes around, comes around

review da segunda geração de Skins, temporadas 3 e 4

Louder, faster, crazier.

Toda continuação se preza em entregar um material mais bruto, inerente em sua constituição de romper os limites do ponto original. Em Skins, temporadas 3 e 4, destinadas à segunda geração de jovens, esta fórmula se faz presente e ressoa na cabeça do espectador como um alarme desenfreado. Que abram os portões do nonsense e pueril.


Skins, popular pelo retrato aparentemente distorcido de adolescentes de Bristol, Inglaterra, agride com sua impetuosidade: palavrões, bebedeira, drogas, sexo, irresponsabilidade. Personificando todo o caos, um núcleo competente de atores conduz a orquestra de suas vidas, dançando tropegamente a fase mais interessante do humano: a juventude.

"Sometimes I think I was born backwards. You know, come out my mum the wrong way. I hear words go past me backwards. The people I should love, I hate. And the people I hate..."

E para carregar um legado tão pesado e cerimonial, imaculado por Cassie, Chris, Tony e toda a turma da primeira geração, eis que surgem as novas faces dispostas não para imitar, mas para reinventar ao seu próprio estilo o que se concebe por Skins.

Do trio de mosqueteiros, Freddie é o skatista, o cara de sentimentos profundos e reticentes. Apesar de se entregar às indulgências, tem um enorme auto-controle e representa o eixo do grupo. Cook, em contrapeso, é a desordem, é a ausência plena do futuro, um adolescente verborrágico, barulhento e que não compreende muito as leis de causa e consequência que regem a própria sociedae. Para fechar este grupo, JJ é a cola. Precocemente concebido como o novo Sid, sua singularidade de garoto autista, mágico e gênio tornam-o facilmente um dos favoritos da temporada.

Do lado feminino, prato cheio. Pandora está de volta, vivendo em sua própria bolha cuidadosamente costurada por mãos maternas. As gêmeas Katie e Emily são definitavemente pérolas de beleza e naturalidade, e sempre roubam a cena quando o assunto é sex appeal. Naomi, a revoltada, aparece como uma pedra no sapato logo nos primeiros minutos, mas é muito mais do que um estereótipo ranzinza. E por fim, Effy, a enigmática irmã de Tony, também retorna para performar um dos papeis adolescentes mais interessantes desta década.

Do time de outsiders, Thomas, o imigrante do Congo, traz consigo cavalheirismo e porte.

Logo durante o primeiro capítulo do terceiro ano, alguns pontos se estabelecem em contraste com a geração anterior:

- O elenco parece menos maduro;
- As tramas são mais surreais;
- O colégio tem maior destaque.

Estes ingredientes, definidores da segunda geração de Skins, consolida meus dizeres de posts anteriores sobre o poder de auto-crítica do próprio programa, que sabe que anda na linha tênue do inverossímil e surreal, mas ainda assim, em meios a sarcasmos, trivializações e vulgaridades, nos entrega dramas críveis, munidos de sentimentos que transbordam das expressões e das falas dos personagens.

"I’m a fucking waste of space. Just a stupid kid. I got no sense. A criminal. I’m no fucking use. I am nothing. So please... please... get it into your...you know...into your bonce....That... I’m Cook!"

Se você, que temia que o novo núcleo não fosse tão agradável quanto o primeiro, fique tranquilo. Acertadamente, esta nova fase de Skins tem sua própria identidade, seu próprio ritmo. Baixem sem medo.