sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Fade out

A partir de hoje, o blog volta ao ar. Vou linkar fotos e contar os apertos que eu passarei em Rapid City e seus -4°C o.O

quinta-feira, 31 de julho de 2008

Big Ideas

This is it.
Ground zero.

Among the virtual dirt and the same bullshit that has been quoted uncountless times by people whose lazyness succeds in keeping them in a comatose state, I need to do something different, for a change.

To recombine everything we read, watch, and listen in order to create something new isn't really a gift or anything like that. It is just an unusual effort of a mind that urges to be set in motion only to avoid inertia.

You can do it as well.

The following lines are glimpses of what I am trying to do by my own, heavily based on everything I've kept contact with throughout my life.

Enjoy!


Tudo isso tem a ver com uma estrada que não deveria ter sido tomada. Um destino que me escapou dos dedos. Eu fui preso, subjugado, enclausurado. Fui confinado a uma maldita e inóspita cela que não possui fechaduras ou portas. Ainda assim, há oito dias eu consegui escapar dela, e prefiro morrer a voltar pra lá. Ninguém parece saber da existência dessa estranha prisão, exceto pelo meu provável captor. Ele disse que o tempo estava ao meu lado e apenas do meu. Maia também não faz a mínima idéia de todo esse conluio. Nos últimos dias, ela tem agido tão mecanicamente quanto qualquer outro estúpido autômato desta cidade.

Salões Oníricos, 2008.

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Yule não tinha pressa nem era um sujeito afobado. Ele fazia exatamente o que tinha que ser feito no momento apropriado. Parecia que cada passo seu era sincronizado a um tipo de relógio superno. Ele desceu do carro, pegou sua maleta e entrou no prédio. Eu tive que forçar muito a acreditar no que meus olhos me mostrariam nos próximos minutos. Hesitante, segui-o até à recepção e observei-o assinar o livro de hóspedes. De lá, fomos conduzidos aos nossos aposentos. Yule trancou a porta, tirou seu sobretudo e abriu a maleta. Em seguida, recolheu o artefato e o ergueu na palma de sua mão. Aquilo me fez querer mijar no mesmo instante. Então era verdade; todos aqueles boatos eram verdade. Numa questão de tempo, a cidade se transformaria mesmo numa pira funerária e eu estaria no epicentro do cataclisma. Numa situação diferente, qualquer um diria para que Deus tivesse piedade de Yule. Mas, nesse caso, como se pede para que o bom Senhor seja clemente com o próprio Diabo?

O Vendilhão de Rumores, 2008.

quinta-feira, 3 de julho de 2008

Massacre na Rainbow Road

Claro. Ele ficou dizendo que eu perdi pra um aleijado. Claro.

O placar foi assombroso, tudo bem. 10 x 2 no Mario Kart Double Dash (versus x1). Só que ficou difícil de explicar que eu tava tão debilitado quanto o meu oponente.

Desde que sofreu esse acidente sinistro de bike, o capitão Sparrow tem reclamado de dores na mão. O médico dele disse que algumas sensações desagradáveis talvez não sumam nunca; então é adeus ao videogame. Ainda assim, não foi argumento suficiente pra ele me chamar pra uma partida durante o happy hour e eu me estrepar completamente. Claro, sempre rola aquela desculpa por parte de quem tá perdendo, mas é inevitável que eu tenha ficado retardado por causa do expectorante que eu tenho tomado.


Quando chegamos na pizzaria, o assunto ainda não tinha acabado... que azar =/ Espero pelo menos da próxima vez que haja uma maior variedade de jogos para que não fique só na questão do "azarão do dia".

Noite boa, pizza razoável, conversa bacana e fim de período. Agora é colocar as coisas em prática que eu prometi durante o mês de julho... sentem aí e esperem =)

segunda-feira, 23 de junho de 2008

One of Us

Trilha sonora é foda.

Todas vezes que escuto o Juno soundtrack eu acabo ficando deprimido. E o pior é que tem mais de 40 dias que eu não escutava... Foi só colocar no Winamp e cair na fossa. Porra, essa Kimya Dawson tem a manha mesmo de criar umas letras que tratam do cotidiano de uma maneira bem natural.


Pow, vou até aumentar esse post depois. Mas eu precisava mesmo falar isso. Juno vai me deixar sempre triste enquanto não sair um drama juvenil que me interesse tanto quanto ele. Eu lembro de ter assistido Little Miss Sunshine e ter a mesma sensação... que coisa, não?


É Diablo Cody... você teve o dom de escrever o roteiro de Juno. Hail to you.

terça-feira, 17 de junho de 2008

Flashes Before Your Eyes

O Período das Sombras é um evento que dura um ciclo completo no paganismo. Geralmente ele é atribuído à Roda do Ano, que dura 365 dias + 1 e marca o tempo de preparação e desafio do iniciado. É no Período das Sombras que as provas dos 4 elementos lhe são sutilmente propostas e morte e renascimento psicológicos demarcam o rito de passagem.

Cada etapa tem uma característica distinta: a morte psicológica lhe obrigará deixar alguma coisa importante para trás, seja ela um emprego, um casamento, um hábito ou uma personalidade. A prova dos quatro elementos levantará desafios cuja principal função é certificar que o iniciado está pronto para renascer. Situações como: falta crônica de dinheiro, necessidade de mudar de casa, descontrole emocional e testes de concentração são apenas algumas das infinitas possibilidades que podem ocorrer nesse período. Por fim, o renascimento acontece somente após um verdadeiro revés na vida do aprendiz. Ele precisa sofrer uma brusca mudança de como enxerga o mundo e qual é seu papel perante ele. Ainda que as questões pertinentes ao fatalismo não sejam excludentes, nesse momento o livre arbítrio e o poder de escolha lhe são concedidos. Uma nova fase em sua existência começa.

Tudo isso é uma forma camuflada da realidade superna de agir sobre o mundo material. Tal como a turbina em Donnie Darko ou a tatuagem de coelho branco em Matrix, eventos incomuns guardam as mais místicas cifras da caverna de Platão, e muitos desses segredos nos escapam dos dedos e dos olhos.

Mas não comigo. Não dessa vez.
Acho que acabei de assinar meu nome na Torre.
Sete é o meu número.
O Tolo é minha carta.
Acanthus é minha sina.

Tempo e Destino.
Eis meu arete. Minha gnosis.
Meu arcano.

quarta-feira, 11 de junho de 2008

Críticas, Críticas, Críticas...

"Terminei."

Essa é a frase pronunciada pro Rustin Parr quando ele termina de assassinar sete crianças na colina de Burkittsville e vai até ao armazém para comprar suprimentos.

Essa tambem é minha sentença. Só que ao contrário do eremita possuído pela Bruxa de Blair, tudo que fiz foi apenas a crítica de American Lit pra hoje. Acho que gastei mais de nove horas pra colocar as idéias em ordem, e mesmo assim não fiquei satsfeito com o trabalho.

De qualquer forma, tem outros milhões de críticas e resenhas para serem feitas. Me atrasei completamente com a publicação no Animehaus (meu deadline pra Darker Than Black e Ghost in the Shell eram pra 10 de Maio!) e mal consigo assistir todos os filmes que são exibidos no Carcará. Duvido muito que os 30 de férias vão ao menos tampar o buraco de desinformação que tem crescido na minha cabeça.

No próximo post, farei um parágrafo sobre o último filme que vi, Julius Caesar. Acho que aos poucos o blog vai recuperar sua identidade. =)

Fica pra hoje um dos parágrafos da crítica:

"The storyteller tends to be extremely convincing in blending reality and fantasy. His fabricated environment needs to be usually plausible in order to get the fullest attention of its reader/spectator. The historical researcher, on the other hand, generally embodies an impartial perspective and tries to reshape facts as the way they happened. Either way, both are creating a legacy in which we are going to believe in and tell it to our sons. By using this process, we can change society from inside out. Who among us never felt inspired by a civil hero, even though one or two of his deeds never was really confirmed at all?"

segunda-feira, 9 de junho de 2008

From the ashes

Voltei. At last, at least!

exatos 40 dias pra conseguir postar novamente. Putz, espero não mais ficar tanto tempo off. Hard times are about to come, Harry! Independente, não vou comentar a respeito do que tenho feito por enquanto. Preciso nesse momento escrever uma crítica sobre Irving's Rip Van Winkle contrastado a Tim Burton's Big Fish pra disciplina de American Lit I, dai vou ficar a madrugada toda ocupado nessa empreitada.

Para comemorar meu retorno, resolvi traduzir algumas linhas da música 2+2=5 do Radiohead. Algumas partes dela tem feito tamanho sentido pra mim... principalmente quando Tom Yorke canta: "You have not been paying attention!" É simplesmente libertador, digamos. Lembrando que os versos abaixos foram adaptados conforme minha vontade, ou seja, não estão fiéis à letra original. Bora lá:

Você é tão sonhador assim,
a ponto de querer por o mundo nos eixos?
Bem, eu ficarei em casa pra sempre
onde 2 + 2 sempre dá 5.

Vou montar trilhas e sacos de areia e me esconder.
Janeiro tem as chuvas de Abril,
e 2 + 2 sempre vai ser 5.
Agora é do jeito do Diabo,
Não há para onde fugir.
Você pode gritar, você pode berrar.
É tarde demais agora porque...

VOCÊ NÃO ESTEVE PRESTANDO ATENÇÃO!

Eu tento cantar junto
Mas eu faço tudo errado,
ezeepeezeeeezeepeeezee!!!
Eu lhes bato como moscas,
mas como moscas eles continuam voltando!!!

"Oh, saudações ao ladrão"
"Oh, saudações ao ladrão"

"Não questione minha autoridade
ou me coloque em uma doca, porque eu não irei!"
"Vá e diga ao Rei que o céu está caindo,
quando não está... quando não está...talvez não."

quarta-feira, 30 de abril de 2008

The Shape of Things to Come

Já se passaram quatro anos desde que as coisas foram postas em movimento. O urso, a fumaça, o tubarão e as crianças não foram deixadas de fora. O avião cai e o mistério começa.

Aos olhos de muitos, LOST é uma das séries mais subestimadas de todos os tempos. As razões para esse tipo de comportamento se manifestam através - naturalmente - duma contradição interna do próprio espectador corriqueiro: guiado por comentários calorosos de fãs assíduos ou simplesmente compelido devido aos trailers chamativos, a pessoa senta em sua poltrona esperando de LOST algo que ele não pode oferecer do dia pra noite: explicações. E isso frustra e deprime o indivíduo.

Mas primeiramente, analisemos a estrutura narrativa do seriado: composta por 6 temporadas que totalizam 116 capítulos ou 90 horas aproximadamente, os realizadores de LOST tiveram/tem/terão a intenção de servir o espectador com bastante informação esotérica, filosofica, comportamental, sobrenatural, social e científica; todas elas incorporadas a partir da interpretação de um grande e poderoso elenco. E não é só: Partindo do pressuposto de que cada temporada é exibida uma vez por ano, quem optou por enveredar-se pela intrincada trama em 2005 só terá paz de espírito em 2010, quando essa mesma pessoa tiver amadurecido bruscamente (no meu caso, comecei a assistí-la com 21 e a terminarei com 25).

Mas, o que faz tantos sujeitos desvirtuarem do caminho iniciado em 2005? O que os faz desistirem dessa jornada repleta de enigmas? Pura preguiça intelectual. A desculpa mais comum para essas pessoas se embasam no pressuposto de que LOST é muito enrolado e sempre tem mais perguntas do que respostas, ou mesmo: parece que os criadores se perderam no meio de tanta complexidade. Engraçado, mas essas mesmas pessoas são aquelas que reclamaram da extensão das sagas Matrix, Star Wars ou (para os mais incompetentes e impacientes) Senhor dos Anéis. Portanto, meu contra-argumento se molda e se fortifica na alçada da impaciência e na falta de um espectador mais exigente, inteligente e que não aceite que as obras falem por si só. É como se pedissem para que os quebra-cabeças infantis se montassem sozinhos!

Para essas mesma testemunhas de pavio curto, outro grave problema é a noção de escopo. O motivo para considerarem o seriado complicado demais é a falta de perspectiva de um todo muito, mas muito maior do que puderam previr na primeira temporada. O que vimos em 2005 e em 2006 não foi nada mais do que a ponta do iceberg; as questões tomaram formas mais aprofundadas e polissêmicas, os personagens crescem com os eventos presenciados e mudam seus pontos de vista. A teia narrativa de LOST mostrou-se maior do que qualquer um podia imaginar, e só agora em 2008 estamos presenciando até onde vai seu alcance. Daí o título do ensaio: A Forma das Coisas que Estão por Vir.

O engraçado é que muita gente aceita seriados menos palatáveis como Smallville e 24 Horas, cujos roteiros e tramas visivelmente enfraqueceram conforme os anos se passam e até MESMO os próprios criadores pularam fora do projeto. E escolhi mencionar essas duas séries por causa de seus tamanhos equivalentes: Smallville está na 7ª temporada e 24 Horas terá a sua em 2009. Qual o motivo da reclamação, então?

Bem, assistir LOST não é fácil, confesso. Nas primeiras três temporadas tivemos a perspectiva do flashback; agora lidaremos com os flashfowards. Talvez, na última temporada vislumbraremos outra forma de acompanhar a série na qual jamais imaginariamos (quem é que não foi pego de jeito com a surpresa no season finale da 3º temporada?). Além disso, não é suficiente ver o capítulo da semana e voltar à sua própria rotina: LOST é uma experiência multimidiática. E preciso dedicar algum tempo para discussões online, pesquisas na internet ou bate-papos esporádicos para solucionar os enigmas mais difíceis. Para os fãs hardcore, a aventura aprofunda-se na medida em que jogos paralelos e fragmentos de vídeos são lançados na rede. Até mesmo as entrevistas com os criadores podem conter informações úteis. Ler sobre religião, ciência e filosofia nunca foi tão importante.

Agora, se você acha que em 2008 os materiais não deviam conter informações extra-diegéticas e que a obra perde todo o seu valor ao ramificar sua essência em diversos tipos de mídia, não embarque nessa jornada. Se você acredita que solucionar problemas é algo extremamente fatigante, não perca seu tempo. Se você tem a concepção de que LOST é algo puramente comercial e as "respostas" não são dadas com o único propósito da série estender-se, não se atenha diante do PC ou do televisor.

LOST não foi feito pra você.

quarta-feira, 16 de abril de 2008

Mostra de Animações Orientais

Bom, para que esse blog não fique ao léu durante as semanas de falta de motivação ou tempo, postarei os informes que julgo serem importantes. O primeiro deles diz respeito ao início do projeto chamado Homem Risonho, a mais nova programação do Cine Carcará destinada às animações do extremo oriente.

Concebido por Léo, Vinícius e eu após discutirmos sobre o sucesso do extinto grupo Animes Project, o Homem Risonho terá suas atividades voltadas aos domingos a partir das 18 horas. Acredito que o horário tá legal, pois dá tempo suficiente de exibir em torno de 2~3 horas de animes por dia e ainda tá cedo pra voltar pra casa ou ficar no centro e comer alguma coisa. Ah, lembrando que o Carcará fica no porão do Centro de Vivência da UFV (¬.¬)

As primeiras obras serão:

Golden Boy (20 e 27 de Abril)
Ghost in the Shell (20 de Abril)
Ghost in the Shell 2: Innocence (27 de Abril)

O foco das exibições será em torno de longas metragens e OVAs. As séries de TV com até 26 capítulos possuem chances de serem exibidas, mas acho que não compensa passar mais de 6 capítulos por domingo. Os animes com mais de 26 capítulos (leia-se: One Piece ou Bleach) terão apenas os capítulos iniciais apresentados, mais como uma forma de divulgação.

O nome do projeto... ah, foi eu que escolhi. Nenhum dos dois outros membros opinou. Tive que decidir em menos de 3 dias por causa da impressão dos cartazes. Agora, que se danem! AHUhauahuhauahuah!!! O Homem Risonho é um personagem conceitual da primeira temporada de Ghost in the Shell, animação pela qual sou religioso fanático. Então, já era de se esperar...

Informe sobre o GITS: Steven Spielberg comprou ontem os direitos de distribuição do anime. Agora a coisa anda... Eu, pelo menos, tenho uma visão otimista em relação à adaptação em Live-action e em 3-D de GITS. E mesmo que saia um lixo, é a segunda adaptação mais esperada em toda a minha vida... alguém aí sabe qual é a minha primeira?

Pra quem quiser, disponibilizei o link do meu álbum no Orkut. Lá tem o cartaz da programação de Abril.

http://www.orkut.com/AlbumZoom.aspx?uid=10001177265338092359&pid=1208321505147&aid=1208296271

Acho que é só. Hail to the Laughing Man!

domingo, 30 de março de 2008

A Semente do Mal de Southland

É assim que o mundo acaba – não com um choramingo, mas com uma explosão. A explosão de bytes e informação através de um espaço assustadoramente palpável e maleável. No auge da complacência humana, o futuro é exatamente como imaginamos: a Internet. O domínio do Caos que dita o que deve ou não ser absorvido. Uns poucos que controlam a vida de todos. Marionetes digitais.


Feliz 4 de Julho. Tenha um feliz apocalipse. Nós vimos as sombras da luz da manhã, as sombras do sol poente, até que sombras e luz se tornassem uma só. Entre em Southland, a ferida purulenta do mundo. Duas estradas se divergem, as impressões digitais são requisitadas. Os mecânicos aguardam a tentação ao passo em que o evangelho da memória é proferido pelos hereges.


Quando o Zeppelin alçar vôo, a tapeçaria da realidade não suportará. A onda de mutilação propagará tão rápido como o ar. Você sangra? É melhor juntar as partes, ou então... Apenas contemplar. Contemplar a nuvem de desordem pairar sobre seu avatar.

domingo, 9 de março de 2008

Réquiem para um Sonho

Isto é o clarão de nossas vidas?
Toda a opacidade da mediocridade?
Ah não... desta vez o sol não é para todos.
A subsistência clama por infinitas chances.
As pobres almas querem apenas paz.
O ouro dos tolos já não importa mais.
O fundo do poço é pior que o inferno.
É o estado de putrefação máxima.
A estagnação do intelecto. Da vivacidade.

Esperança...
Só nos resta imbuir nossa essência com algo quase
tão palpável quanto mítico que é esse sentimento...
Esperança.

Perdoe-nos. Nossas ilusões precisam de abrigos temporários,
como réquiens para um sonho.
O mais doce, mortal e fútil sonho de algo que nunca existiu.

Inner Struggle, Outer Bliss

This is a tale of a major revolution.
And it is so powerful that everybody pretends that it doesn't exist.
Everybody acts like it's not there, in the shadows, shaping us.

You're not secure. A crowd will be never enough.
It's not an agoraphobia synthom,
but an accurate perception of you aren't supposed to be here.
Holes, strokes, coats of sadness. It is too strong.

You just can't bear it. A reason to fight never costed that high.

Fake death pills wouldn't do a better job.
But when the sun rises, the only fool in the story it's you.
Of course we are accidents waiting to happen.

Of course it is the end of the world as we know it.
We just don't give a shit about it.

I wish I'd be careless and blindfolded like them, too.
So I wouldn't have to take the weight of responsibility anymore.
I would be daydreamin' all day long in this domain of chaos,
and nobody wouldn't ever piss me off for good.

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

O Espelho e o Abismo





There's a hole in the world like a great black pit,
And the vermin of the world inhabit it,
And its morals aren't worth what a pig could spit,
And it goes by the name of London.




At the top of the hole sit the privileged few
Making mock of the vermin in the lower zoo,
Turning beauty into filth and greed.



I too have sailed the world and seen its wonders.
For the cruelty of men is as wondrous as Peru,
But there's no place like London.







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*trad.

Há um buraco no mundo como se fosse um grande poço negro.
E os vermes do mundo o habitam
E sua moral não vale nem o cuspe de um porco
E ele atende pelo nome de Londres.



No topo do buraco sentam-se os poucos privilegiados,
Tirando sarro dos vermes do zoológico inferior,
Transformando beleza em imundície e ganância.



Eu também já viajei pelo mundo e vi suas maravilhas.
E a crueldade dos homens é surpreendente como o Peru,
Mas não há lugar como Londres.

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Sweeney Todd: O Barbeiro Demoníaco da Rua Fleet é o mais novo bebê do cineasta Tim Burton cujas interpretações principais ficam a cargo de sua esposa Helena Bonham e o mascote da família, Johnny Depp. É, é um daqueles filmes visualmente impecáveis e mórbidos que só Burton poderia fazer. É também um musical, categoria complicada pra quem não está versado em papéis que exijam mais skills que o habitual, o que certamente não é o caso da dupla.

Mas hoje eu não quero falar sobre interpretação.

Esse excerto que postei logo no início é um trecho que o barbeiro canta em momentos especiais durante o filme. É a partir desses versos que minha fala toma rumo.

Vamos ser francos: você, leitor, se identificou com as palavras do barbeiro, não é mesmo? De qualquer forma, não é (nem de longe) necessário conhecer a Londres do século XIX pra configurar uma imagem entrópica sugerida por tais sentenças. Qualquer capital atualmente pode servir de exemplo. Agora, quando imaginamos pessoas com as características do refrão odiosamente entoado por Sweeney Todd, o mundo todo parece virar de ponta-à-cabeça.


Você pode até achar que o mundo é colorido, mas não é. Ms. Lovett, a padeira de coração gelado, chega a confabulá-lo numa de suas divagações, mas é tão destoante da realidade empregada no filme que chega a ser surreal, impossível de se conceber na prática.

A verdadeira realidade é o Abismo.

Todo mundo contribui hermeticamente (outros, escandalosamente) para fazermos do mundo esse tal poço negro; afinal, nós somos a parede do poço. Sabemos fingir tão bem que, às vezes, tapamos o poço com uma madeira fina, acreditando cegamente que ninguém escorregará pra dentro dele.Lauro Montana, em seu curta-metragem Demência, ilustra minha linha de pensamento:



Eu vou pra lá... pro fundo... pro underground.
Eu já me acostumei com a terra. Com o fundo. Com a podreira.
Você, não. você vai desligar, vai falar:
"Que cara engraçado, bizarro. Mas eu sou tranqüilo."
Tu não é. Tu não é. Tu é demente. Que nem eu.
Eu sou um espelho, ó! Um espelho.

É, o Lauro Montana é um espelho mesmo. E como diria o barbeiro, você não vale nem o cuspe de um porco, mas deseja mostrar ao mundo uma realidade que contradiz sua natureza. Você é perverso, pervertido, trapaceiro e egoísta. Manipula a mentira e a falsidade como um titereiro pra ocultar as malevolências que você pratica. Mas não se preocupe se o seu disfarce não é totalmente à prova de balas. Eu vou guardar o seu segredo junto com o meu. Junto com o dos outros habitantes do poço. E lhe asseguro: ninguém se sentirá confortável a ponto de querer falar sobre ele.

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Old Habits

Tudo começa aonde termina.
As engrenagens da roda estão a todo vapor.
O espelho do espelho do espelho do espelho.
Se você parar pra enxergar, verá que...
Verá que tudo que você fez hoje, já o fez antes.
E vai voltar a fazer, a fazer, a fazer.

Isso é Ka.

Eu já escrevia em outro blog. Uma porção de buracos negros.
Eu havia me prometido que não o faria novamente.
Mas é um hábito que está além do meu controle.
Não amole o jogador de MMORPG quando ele está online.
Não questione o motivo de se colecionar cartões telefônicos.
Não queira saber a razão de se organizar as coisas,
mesmo sabendo que a Entropia cuida de seus filhos.

Isso é Ka.

Às vezes um elo se cruza com outro.
Alguém tropeça no seu pé e lhe derrama café.
O fliperama tá vazio, mas alguém coloca uma ficha contra você.
Um carro passa na porta da tua casa à 70 km/h tocando In Rainbows.
Um bando de caras com desvio social acentuado falam sobre o nada.
E descobrem o tudo.

Isso é Ka-tet.

A matéria prima de uma colcha de retalhos chamada: realidade.
Quando ela teve início? Nenhuma alma sabe.
Quem a teceu? Eu, você, o xamã desgarrado e o último pistoleiro.
Ela pode ser rasgada? Claro! Na verdade, ela está pra ser exaurida.

Isso é o sopro do Abismo.