sábado, 31 de dezembro de 2011

ill memories - um retrospecto pessoal sobre 2011

And so it is,
just like I said it would be.

Como uma self-fullfiling prophecy (algo como "profecia auto-realizada), encerra-se mais outro ano ímpar desastroso. Essa regularidade, aliás, já não deveria mais me surpreender, pois desde 2001 lembro-me de sofrer irremediavelmente com a mácula destes números. Ainda assim, 2011 veio, mostrou todas as suas garras e fodeu a minha vida muito mais do que eu sequer imaginava.


Just like I said it would be,
O ano acadêmico foi um desastre. Do que adianta formar se tive que adiar indefinidamente meus estudos por causa do embargo do mestrado?
Do que adianta aprender o be-a-bá da teoria se não poderei aplicá-la em lugar algum?

Just like I said it would be,
os anos ímpares são os típicos anos das perdas e das despedidas. Alguns amigos surgiram, mas outras dúzias se foram. Se eu tiver que me acostumar com a efemeridade da vida tirando por base estatísticas pessoais, o certo é começar a manter uma distância de todo mundo, assim evito o sofrer da partida.

Just like I said it should be,
A maldição do escorpião se reafirma. Não dá pra ser afetivamente realizado antes dos 30. Tenho tentado, juro pelos céus que tenho feito meu dever de casa, mas não é só uma questão de falta de sorte. É o destino se arrastando pelos meus pés me impedindo de amar alguém.

Just like I said it could be,
Em 2009 eu fugi de uma cidade que me metia medo. O problema me era alheio como o sol para o vampiro.
Em 2011 eu só podia fugir de mim mesmo. Era minha mente e todos os meus cismas que me queriam morto. E nossa... passou MUITO perto.
Nessa progressão, receio não respirar para ver a cor de 2013.

Agora, não tenho nenhum vínculo com nada nem a ninguém. 2011 tirou o melhor de mim. Minha alegria, meus amigos, meu futuro.
Por isso, peço licença ao propósito deste blog para vomitar meus resquícios de esperança para 2012:

Espero que o mundo acabe. Pior que tá, só em filme.

Continuarei, durante a intermissão até o fim dos tempos, a postar neste espaço com o simples intuito de entreter a mim mesmo.
Tudo que quero, mais do que nunca, é esquecer quem eu sou, quem eu fui, e o que está reservado para mim neste último ano do calendário maia.

Me dá medo fechar os olhos para tentar dormir. Não sei o que é mais pavoroso:
meus pensamentos ou os meus sonhos de tempos que me assombram e me anulam um futuro.

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Humanidade é uma palavra com 10 letras

Impressões sobre a midseason do 2º ano de The Walking Dead

Got bit.
Fever hit.
World gone to shit.
Might as well quit.

A educação se irrefreia, a pólvora sacode e os berros dos mortos errantes soam alto. Em Walking Dead, a tensão de perambular ruas que outrora eram dominadas por carro e gente é de esfriar a espinha. A morte rasteja, é incansável e pára balas em seu peito putrefato.




Walking Dead acompanhou em sua primeira temporada um grupo de sobreviventes que saiu dos perímetros urbanos de Atlanta, Geórgia para se embrenhar numa fazenda cercada por uma grande mata. A filha de um deles está sumida e enquanto bravos homens fazem turnos para encontrá-la, tem de lidar com seus próprios demônios naquele mundo em que a esperança é um tipo de piada de mal gosto. Há gravidez indesejada, questões de moralidade, crianças baleadas,
amores impossíveis, tendências suicidas. O mundo está uma desgraça tanto no além-floresta quanto dentro dos limites campestres.

O segundo ano, que até então tem se desenvolvido no arco da fazenda, suscitou perguntas e holofoteou estereótipos que a televisão difícilmente vê diariamente. Shane diz sob uma voz rouca, cansada e irasciva que se é pra procurar segurança, já é tempo de parar com as buscas e botar abaixo o celeiro cheio de zumbis. O massacre então começa com aquele estilo western apocalíptico, marca registrada do seriado. Mas a beleza de toda uma temporada está nos segundos finais, ao presenciar Sophia esgueirando-se para fora do abrigo como uma infectada, visando unicamente alimentar-se de carne fresca, e ver Rick tomar a dianteira para disparar a bala da verdade: se seu filho se tornasse um morto-vivo, quanto lhe custaria despachá-lo para o além?

The Walking Dead é um programa sobre momentos (o zumbi no fosso, a flor dos índios Cherokee), perspectivas (o tiro de Shane contra Ottis, a noção redneck de Daryl) e valores (a integridade de Rick - a razão sobre a emoção e a política de boa vizinhnha). Acreditar que a ficção científica é um fim em si é descompreender o que as maiores mentes sobre o assunto já discorreram (Isaac Asimov, Allan Moore, Phillip K. Dick, George Orwell). A ficção é a metáfora por excelência, é contar sobre os humanos e seus mitos através das transfigurações que a imginação recebe, metamorfoseadas em formas de arte.

Se você espera de um canal como a AMC cujo mote é "Story Matters Here" um seriado sobre homens matando zumbis enquanto realizam parkour, você entendeu errado a propaganda. Se não gosta de cenas que duram 10, 20, 30 segundos sobre pessoas que dizem tudo sem dizer uma palavra (Shane após conversar com Lori), talvez THE CW fosse um canal mais condizente com o seu gosto.

The Walking Dead é poesia fantástica a 24 frames por segundo.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Virtual Suicide

Novidades a caminho.
Vem aí uma nova vida online.

Para mais contatos, favor deixar um recado aqui mesmo ou
no meu email laguna.letras@hotmail.com

Vejo-os aqui dentro!

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Neo Noir Britânico

review sobre a série LUTHER

*****

Quando era mais novo, o cinema europeu me parecia coisa de gente Cult. Filmes monótonos e que não pareciam chegar a lugar algum, mas mesmo assim surgiam recheados de menções honrosas em suas capas de DVD que indicavam prêmios conquistados ao redor do mundo.

Como a maioria dos brasileiros, cresci vendo filmes americanos e por esse mesmo motivo não foi fácil gostar do cinema do Velho Mundo, já que em sua essência eles em nada se parecem. Entretanto, os anos passaram e minha perspectiva mudou. Continuo fã inveterado do Tio Sam, mas agora enxergo suas limitações concernentes à censura, à captação financeira, e ao showbiz.

Dito isso, apresento-lhes Luther, uma série britânica produzida a partir de 2010 pela BBC que consiste em duas temporadas até o momento: a primeira com seis capítulos e a segunda com apenas quatro. Diga-se de passagem, este formato da terra da rainha soa bem mais enxuto do que os exagerados 23 capítulos anuais que muitas produções americanas possuem, servindo em sua maioria como fillers desnecessários para tramas que demoram a se desenrolar (vide Supernatural).

Luther conta o dilema de seu personagem título, um negro alto que recupera seu emprego como investigador depois de supostamente deixar com que um criminoso morresse num precipício. Como se não bastasse, também precisa convencer sua esposa a reatarem seu frágil casamento, à beira de uma ruptura depois de tantos anos em crise. A série policial, apesar de utilizar diversos elementos do gênero para se sustentar (casos da semana, genialismos dos personagens para resolver os crimes, chefes insuportáveis, etc), se destaca pela violência gráfica que pinta Londres de uma maneira mais sombria e perigosa, muito mais voltada ao Mundo das Trevas da White Wolf do que CSI. Em Luther, os vilões são ainda mais insanos e perigosos, os heróis são imorais e a sociedade evoca aquele tipo de sentimento descrito por Allan Moore em sua obra prima Watchmen: decadente, corrupta, amarga. Os casos, que nem sempre são resolvidos, revela ao espectador que o triunfo da ordem sobre o caos é quase sempre um milagre. E quando me referi à insanidade dos vilões, quero compará-los a personalidades não menos ameaçadoras que o próprio Coringa, capazes de atear fogo no mundo só pra vê-lo arder. Veja por exemplo Alice, o primeiro antagonista do seriado, que mata a mãe, o pai e o cachorro apenas para provar à si mesma e à polícia de que sua inteligência ímpar jamais deixaria que fosse descoberta.

Se os vilões de representam 30% de todo o brilhantismo do programa, outros 30% é em favor de seu protagonista. Idris Elba compõe John Luther como um personagem profundo, um misto de Dexter, Cal Lightman e um toque próprio, regado a um comportamento de alguém que contempla a morte e a auto-destruição. Quando está imerso na captura de bandidos, Luther se mostra sempre perspicaz e dinâmico, capaz de improvisar sempre que as regras do jogo mudam ou quando suas deduções não estão certas (ponto para o roteiro!). Quando seu lado pessoal é levado em jogo, se mostra passional e destrutivo, sujeito a reagir explosivamente quando colocado sob pressão ou injustiçado. É o desapego pela própria vida que torna seu modus operandi tão fascinante.

Mais 30% de qualidade são ofertados pelo roteiro cujo brilhantismo se torna responsável por reciclar um tema tão comum e recriá-lo ao melhor estilo noir. Auto-destruição, corrupção e anti-heroísmo são as palavras-chave do seriado. Os diálogos são um show à parte. Contemplando a cidade de cima do prédio, a um passo de cair, o detetive remói seus próprios demônios enquanto se julga inapto de lidar com a realidade que tem de enfrentar. Seu amigo se aproxima e pergunta se podem conversar num lugar menos intimidador, mas Luther responde:

-“Você já fez isso? Chegar a um local verdadeiramente alto e perguntar-se como seria simplesmente cair?”

-“Cair ou pular?”

-“É a mesma coisa”.

-“Tomo a liberdade de discordar. Mas, na maioria das vezes vou pra casa ver America’s Next Top Model”.

-“Não se preocupa em estar do lado do diabo e nem mesmo saber que é ele?”

-“Não”.

Spoilers à parte, esta conversa representa uma bela metáfora sobre o presente de Luther, sentindo-se extremamente culpado por suas ações, não obstante não arrependido por elas. Assistam e me digam o que esta cena representa para cada um de vocês.

Por fim, os últimos 10% vai para a soberba trilha sonora, que abusa de canções de rock americano e britânico para dar um tom mais pesado e mais angustiante aos capítulos. Me refiro ao som de Marilyn Manson, Muse, Beck, Massive Attack e outras jóias da música internacional que reconhecerão ao serem tocadas.

Espero honestamente que tenha despertado o interesse de vocês em assisti-la. Luther é uma dessas séries que passará batido para a maioria dos brasileiros, mas é claro que seu público-alvo é mais selecionado. Se gosta de histórias de crimes engenhosamente planejados, finais infelizes e gosta de ser surpreendido por cenas chocantes de violência, faça um favor a si mesmo e baixe esta produção.

Clique abaixo e assista ao trailer!

http://www.youtube.com/watch?v=fnIr5bo99bA&feature=related

terça-feira, 19 de julho de 2011

The Witchin' Hour


review sobre os episódios de True Blood
s04e02 - You smell like dinner
s04e03 - If you love me, why am I dyin'?

Mordi minha língua. True Blood mais uma vez ownou.

Se no post do episódio anterior reclamei do reboot (recurso narrativo que reinicia uma idéia ou história), desta vez não tenho mais o que falar sobre ele, afinal, a passagem de tempo vista na perspectiva de Sookie não alterou significantemente o rumo da história. De todas as mudanças vistas, presumo que apenas a de Bill Compton como novo rei de Louisiana provocará mudanças estruturais na narrativa dessa temporada.


True Blood, este misto de monstruosidades humanizadas, já não impressiona tanto ao revelar que tal personagem é um ser sobrenatural. Nem somente se presta mais a prender o interesse do espectador pela descrição desses seres. A série é, e deveria continuar a ser, uma alegoria distorcida das relações humanas frente a “problemas” básicos como poder, ganância, paixão e ira. Jéssica, por exemplo, é mesmo uma inata caçadora ou apenas alguém cuja personalidade é fraca o bastante para escutar as palavras de Pam quanto ao flerte em Fagntasia?

Contudo, existem alguns personagens que travam o progresso da série, infelizmente. Um deles é Tara, que não se desenvolve maneira interessante desde o primeiro ano. Sua chatice e seu posto de vítima das circunstâncias tornam suas cenas monótonas, e nem mesmo seu caso lésbico mudará esse quadro. Da mesma forma, também rezo para que o papel daquela garçonete ruiva (esqueci o nome, sorry) também seja dissolvido; o draminha tolo com seu bebê com genes de serial killer provavelmente não irá a lugar nenhum.

Por outro lado, o que antes parecia uma versão de mal gosto das Bruxas de Eastwick ou Convenção das Bruxas (clássico do SBT), ganhou forma própria e se tornou uma ameaça real aos vampiros de True Blood. O Moon Goddess, coven liderado por Marnie, traz consigo Lafayette, Jesus (aqui prestando seu nome mais uma vez à ironia de seu nome) e Tara, numa profusa combinação que mudará as bases de lealdade entre o elenco.

Bill Compton, por sua vez, remete às mais longevas noites de Vampiro: A Máscara ao converter-se em Rei de Louisiana e mostrar-se mais complexo do que se imagina, pois apesar de seu interesse (romântico?) em Sookie, seus objetivos maiores parecem estar acima dele próprio. Infiltrar-se na monarquia e desmantelá-la de dentro pra fora é uma idéia potencial; veremos aonde isso vai dar.

sábado, 16 de julho de 2011

Reloaded Vampires

review sobre o capítulo de True Blood: S4E01 - She's not there

Quando se lê uma boa história, o desejo que nos desperta muito comumente é que ela fosse infinita, agradando-nos eternamente. Quem dera se existisse Matrix 4, 5, 6, 7... ou Clube da Luta 2: A Missão Caos. Mas como bem conhecemos o teor das continuações, dificilmente elas fazem jus ao material original, tornando-as dispensáveis e até mesmo ultrajantes se comparadas com o texto primário.


A natureza dos reboots também é ambígua: pode tanto ser para melhor ou pior. Alguns filmes e seriados são lançados porcamente, e quem dera se tivéssemos tantos Christopher Nolans por aí para consertar as cagadas de diversos diretores, tal como ele logrou em sua empreitada do novo Batman, de 2005.

E é o fenômeno do reboot que ocorre nesta season premiere da quarta temporada True Blood: com um recurso narrativo em diferentes planos dimensionais, acompanhamos Sookie fora de seu tempo durante sua estadia em Arcádia e, ao voltar ao plano material, descobre que Bons Temps está irreversivelmente alterada. Este “reset” no background dos personagens me suscita uma pergunta elementar: True Blood precisa mesmo disso? Desse salto temporal?

Em três temporadas, vimos muita coisa acontecer. Lobisomens, fadas, vampiros, metamorfos. Vimos um vampiro ancião entrar em rede nacional ao vivo e direcionar-se à America, enquanto arrancava a espinha de um jornalista. A série já contou tudo o que tinha pra contar? Se a resposta for “sim”, este reboot apenas trará mais dinheiro para o bolso dos produtores, colocando seu aspecto artístico em segundo plano. Se “não”, espero muito que Allan Ball me faça morder a língua e me apresente uma temporada tão boa quanto as anteriores, porque a única coisa que esta season premiere me fez sentir foi indagar o porquê eu deveria continuar dando audiência para o drama.

OBS: não pretendo fazer resumos dos capítulos neste blog. Os comentários são ACERCA da obra e só são úteis se você já a assistiu. Também não me vejo na obrigação de falar sobre cada um dos núcleos do show; esse tipo de resenha é esquemático e chato.

segunda-feira, 6 de junho de 2011

It's Alive!

Olá, pessoal (seja lá quem são vocês)!

Depois de um longo tempo, estou de volta. Dei um tempo com os textos do blog, mas em NENHUM momento parei de escrever nesses ultimos três meses. Vejamos os porquês:

1) Tenho produzido minha monografia sobre vampiros na literatura, e o material todo vai dar em torno de 60 páginas e dezenas horas de muita pesquisa. O resultado vocês conferirão em Julho.

2) Tenho participado de concursos contos, e ao longo de 4 meses produzi três novos (um deles, o Vendilhão de Rumores, inclusive foi classificado!).

3) Fiz um texto para a palestra de RPG que eu e meu amigos Lucas demos em Março no XV Encontro de RPG de Viçosa;

E por aí vai.

Outra boa notícia é que, ainda que eu não esteja assistindo muita coisa atualmente, duas séries já me satisfazem como há muito não satisfazia: Being Human e Game of Thrones. Em breve, postarei sobre elas aqui e também sobre os contos.

Abraços e bom retorno pra mim!

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Previsões para o Oscar 2011

Depois de conhecido os indicados do Oscar de 2011, entrei naquela ritualística maratona de assistir a maior quantidade de screeners que fosse possível. O resultado, particularmente, foi uma seleção de películas de qualidade e, para ser sincero, tais indicados puderam salvar 2010 de um desastre ainda maior (como já disse num post anterior, o ano passado se consagrou como um dos mais medíocres em termos de lançamentos). Ressalvas feitas, vamos aos palpites:


Melhor Filme

Vai ganhar: O Discurso do Rei. É o favorito, tem um roteiro bem planejado e a produção é de qualidade. O conjunto soa coeso para um filme oscarizado, certamente.
meu voto seria: A Origem. Apesar do genialismo de discurso do Rei ou das atuações brilhantes d’O Lutador ou 127 Horas, meu voto sempre será para o cinema “progressivo”. Nolan pisou num território remotamente explorado e criou algo a partir do nada assim como Don Cobb o fez ao chegar no Limbo.
Xingaria a mãe se ganhasse: A Rede Social. Até hoje não entendi todo o hype em torno de um filme tão comum.


Melhor Diretor

Vai ganhar: Tom Hooper (O Discurso do Rei). Nunca fez ou fará sentido consagrar um filme como o melhor do ano e não eleger também o seu diretor.
meu voto seria: Christopher Nolan (A Origem). Pelos mesmos motivos da categoria acima. Um filme A+ concebido por um visionário que arrisca na medida certa. Pena que nem ao menos indicado ele foi.
Xingaria a mãe se ganhasse: David Fincher (A Rede Social). É uma pena, pois o mesmo diretor de Clube da Luta, Se7en e Zodíaco às vezes escolhe umas premissas tão insossas para dirigir que dá até desanimo.


Melhor ator

Vai ganhar: Colin Firth (O Discurso do Rei). Papel excelente desempenhado pelo ator, que conseguiu convencer (pelo menos a mim) com seu príncipe gago. Além do mais, 2010 vai ser o ano deste filme.
Meu voto seria: James Franco (127 Horas). Assim como Enterrado Vivo, o protagonista tem a responsabilidade de não entediar o espectador. E definitivamente eu fiquei entretido durante toda a projeção. Mas se eu tivesse montado a lista de indicados, meu favorito seria Na verdade meu voto iria para Viggo Mortensen em A Estrada.
Xingaria a mãe se ganhasse: acho que nessa categoria não haveria injustiça entre os possíveis contemplados.


Melhor Atriz

vai ganhar: Natalie Portman (Cisne Negro). Melhor papel de sua carreira, superando seu trabalho em Closer. Esta é a categoria mais óbvia do ano.
meu voto seria: Natalie Portman. Sem pestanejar.
Xingaria a mãe se ganhasse: qualquer uma que não fosse a Natalie.


Melhor ator coadjuvante

Vai ganhar: Christian Bale (O Discurso do Rei). Num pau a pau com Geoffrey Rush, Bale esteve muito a vontade em seu trabalho, tornando esta disputa acirradíssima. a crítica diz que Rush vai ganhar, mas eu ainda aposto no meu feeling.
Meu voto seria:
Christian Bale (O Vencedor).
Xingaria a mãe se ganhasse: Qualquer um se não fosse Bale. Absurdo total!


Melhor Atriz Coadjuvante

Vai ganhar: Hailee Steinfield (Bravura Indômita). Ainda não entendi como ela não foi considerada para atriz principal, enfim...
Meu voto seria:
Amy Adams (O Vencedor). Gostei muito do personagem dela; ficaria satisfeito se levasse a estatueta.
Xingaria a mãe se ganhasse:
Helena Bonham Carter (O Discurso do Rei). Errr, Helena é uma ótima atriz, mas seu desempenho neste filme foi bem arroz com feijão. O que ela fez para receber a indicação?


Melhor Roteiro Original

Vai ganhar: A Origem. Esta é uma boa oportunidade de premiar o trabalho de Nolan ao invés de elegar o Discurso do Rei como o unanime campeão de 2011.
Meu voto seria:
A Origem.
Xingaria a mãe se ganhasse:
Minhas Mães e Meu Pai. Excelente filme, mas em termos de roteiro não faz nem sombra perto de seus concorrentes. História muito básica com alguns poucos elementos originais.


Melhor Roteiro Adaptado

Vai ganhar: O Inverno da Alma. Também vejo como uma boa oportunidade de premiar este trabalho consagrado em Sundance e tem ganhado elogios rasgados pela crítica.
Meu voto seria: Toy Story 3. Mesmo sendo uma terceira continuação, o brilhantismo está renovado e prova uma vez mais o poder absoluto da Pixar para contar histórias.
Xingaria a mãe se ganhasse: A Rede Social. Tentaram espremer uma história de um caso nem tão interessante que resultou num filme de mesma qualidade. O pior é que há quem diga que ele vai papar o troféu.


Melhor Animação

Vai ganhar: Toy Story 3. Alguém tem dúvida?
Meu voto seria: Toy Story 3
Xingaria a mãe se ganhasse: Qualquer um que não fosse Toy Story 3.


Melhor Fotografia

Vai ganhar: Bravura Indômita. Assista ao filme e saberá do que estou falando.
Meu voto seria: A Origem. Será uma pena ver Wally Pfister sair sem a estatueta. Mas acho que isso vai acontecer.
Xingaria a mãe se ganhasse: A Rede Social.


Melhor Edição

Vai ganhar: A Rede Social. Graças à montagem o filme pelo menos desperta a atenção do espectador.
Meu voto seria: O Vencedor. Prefiro o trabalho de Pamela Martin; gosto do ritmo do filme. Jamais se torna exaustivo.
Xingaria a mãe se ganhasse:
127 Horas. Sim, a edição trabalha a favor do filme quando o personagem começa a alucinar, mas em todos os outros momentos tira a tensão claustrofóbica que deveria evocar.


Melhor Direção de Arte

Vai ganhar: Bravura Indômita. Mesmo não concordando, acho que a Academia irá presentear os irmãos Coen em alguma categoria, e tenho quase certeza que será essa.
Meu voto seria:
A Origem. Será uma bela injustiça quando o filme dos ladrões de sonhos não levarem esta.
Xingaria a mãe se ganhasse:
Alice no País das Maravilhas. A única coisa que poderia ser boa neste filme era a Direção de Arte e o Figurino. Infelizmente pecaram feio no primeiro, tornando-o uma versão apenas melhorada de Castelo Ra-Tim-Bum. Odeio paisagens com cara de plástico.


Melhor Figurino

Vai ganhar: Alice no país das Maravilhas. Ok Tim Burton, agora é a sua vez.
Meu voto seria: Bravura Indômita. Muito mais coeso com o contexto do filme.
Xingaria a mãe se ganhasse:
Não xingaria ninguém nessa. Não ligo pra moda, roupa, estas frescuras.


Melhores Efeitos Especiais

Vai ganhar: A Origem. Sem sombra de dúvida.
Meu voto seria: A Origem. Merecidíssimo. Que cenas são aquelas do hotel sem gravidade. meu deus!
Xingaria a mãe se ganhasse: Alice no País das Maravilhas. Sem chance pra Tim Burton esse ano, independente de sua arrecadação ao redor do mundo.


Melhor Mixagem de Som

Vai ganhar: A Origem. Pelos mesmos motivos que Matrix ganhou em 2000. Vai levar todos os técnicos.
Meu voto seria:
A Origem.
Xingaria a mãe se ganhasse:
A Rede Social. Ah, geralmente os filmes barulhentos levam, a menos que algo específico ao áudio seja importante para o filme, como a projeção dos discursos do Rei e a reação da plateia.


Melhor Edição de Som

Vai ganhar: A Origem.
Meu voto seria:
A Origem.
Xingaria a mãe se ganhasse:
Incontrolável. Nem como válvula de escape este filme serve.

Várias outras categorias eu deixei de comentar/avaliar. Algumas pelo fato de que não vi os indicados; outras porque fiquei sem saco mesmo.

Agora é só esperar domingo.

sábado, 29 de janeiro de 2011

Troféu Lagunesco para os melhores filmes de 2010

Após passar o mês de janeiro catchin' up todos os filmes que não pude ver durante sua época de lançamento em 2010, finalmente eis aqui a lista considerada a "cereja do bolo". Os títulos aqui são aqueles LANÇADOS no Brasil nesse ano em evidência, por exemplo: Cisne Negro e A Rede Social foram indicados para o Oscar 2011, mas apenas a Rede fora exibido no Brasil até dezembro de 2010. O Cisne só aportará em nossas terras em fevereiro, agora. Portanto, o trabalho de Fincher só será considerado por mim ano que vem; I'm sorry.

Quanto à lista em si, foi um exercício mais difícil que nos anos anteriores. Demorou quase oito meses para que eu tivesse pelo menos 3 filmes que eu considerasse excelentes, e em meados de novembro já podia imaginar que a lista seria quase um aborto. Com sorte, vi em sequência vários bons títulos e finalmente respirei aliviado.

Anyways, aqui vão os melhores filmes lançados no Brasil em 2010:

1. A ORIGEM
2. TROPA DE ELITE 2
3. UM PROFETA
4. KICK-ASS
5. A ESTRADA
6. ZUMBILANDIA
7. A CAIXA
8. ILHA DO MEDO
9. COLAPSO
10. TOY STORY 3

A Origem, de Christopher Nolan, foi meu favorito do ano passado. Um páreo duro contra Tropa de Elite 2, entretanto; cada filme com sua proposta, um representando a arte pela arte, o outro valendo-se do cinema para botar o dedo numa das maiores feridas deonosso país. Assim, Com esse impasse, digo que a obra de Nolan ganhou por um nariz.

Richard Kelly, diretor de Donnie Darko, me impressionou com seu A Caixa, um trabalho mais contido que Southland Tales e talvez por isso até mais proveitoso. Kick Ass e Zumbilândia surgem em cena por desconstruírem o universo do qual fazem parte e ganharam posição no pódio. Toy Story 3 também figura como um de meus favoritos, pois ao revisitar o mundo dos brinquedos desde que vi o primeiro título há mais de 10 anos, o brilhantismo da Pixar continua intacto.

Um Profeta, película francesa, também arrasa. Ao meu ver, é um novo "Poderoso Chefão" da nossa geração ambientado num presídio. Na sequência, também menciono a adaptação "breathtaking" de A Estrada, do autor de Onde os Fracos Não Tem Vez, protagonizada por um Viggo Mortensen no auge de seu talento. Para fechar a lista, Colapso ganha destaque por ser um dos documentários mais perturbadores que já vi; uma pena que não teve nenhuma repercussão ao redor do mundo.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

TOP 15 músicas 2010

Ano passado foi um excelente ano. Parabéns, 2010! Você entrou no meu top top! No âmbito da Música então, nem se fala! Conheci muita coisa boa nesses 12 meses e redescobri outras fodásticas também. Assim, no saldo geral, decidi fazer uma compilação do que de melhor escutei ano passado. Fique à vontade pra seguir minhas sugestões e baixá-los. Se você for esperto e tiver bom gosto, vai seguir meu conselho. Eis então a digníssima:

Obs: A lista não é composta por músicas lançadas em 2010, e sim músicas que conheci ou parei para escutá-las melhor nesse ano.

the great escape - we are scientists
bright lights - placebo
speak in tongues - placebo
change - deftones
minerva - deftones
cherub rock - the smashing pupkins
1979 - the smashing pumpkins
Francis Farmer will have her revenge on Seattle - nirvana
newborn - muse
Apocalypse Please - muse
chemo limo - regina spektor
ode to divorce - regina spektor
I hate everything about you - three days grace
true as the night - the vines
just a car crash away - mailyn manson

Primeiramente vem Deftones, elemento motriz para minha palestra e monografia sobre vampiros. Change e Minerva foram cruciais para retomar o gosto de ouvi-los. Em seguida vem o álbum de Manson, Eat Me, Drink Me. Dentre elas, Just a Car Crash Away traz uma melancolia tão forte que não tem como não querer ouvi-la apenas uma vez. Há um bom tempo eu não escutava MM, e foi bom revisitá-los porque percebi de imediato maturidade no som e na letra dos caras. Também tem o jovem e bom The Vines com True as The Night, destacando-se como a primeira música épica da banda com seus mais de 6 minutos (um recorde deles!) e suas distintas fases que fazem lembrar canções como Those Thieving Birds, Paranoid Android, Jesus of Suburbia, etc. Por fim, também aparece na lista Francis Farmer will have her revenge on Seattle, uma feliz colheita do álbum In Utero. Francis Farmer é pesada como só o Nirvana pode conceber, e ousada também. sua letra me fez lembrar muito um período que vivi entre fevereiro/março do último ano (para bom entendedor, meia palavra basta).

Dos sons inéditos, tive o prazer de conhecer a genial Regina Spektor e suas melodias visionárias (por falta de um adjetivo melhor). Ela é o tipo de artista muito à frente do nosso tempo, e quem dera se sua popularidade fosse alta como essas joças que tocam por aí. De seu primeiro álbum, Soviet Kitsch, duas me marcaram: Ode to Divorce, uma canção realista sobre separação e o ponto de vista feminino pouquíssimas vezes revelado com tanta crueza; e Chemo Limo, um som de cair o queixo. Primeiro porque sua "estória" é genial: uma jovem mãe de três filhos está câncer mas não tem nenhum centavo para se tratar com chemo (quimioterapia), e mesmo se ela tivesse, preferia pagar pra andar de limo (limusine) e morrer com estilo. Segundo, devido a sua estrutura: uma narrativa dividia num sonho pessoal, no retorno à realidade e na reflexão sobre suas crianças. Incrível.

Também conheci Muse, outros gênios da Música. Muse ganhou título de doutorado honorário pela sua contribuição à Arte! Duas músicas dessa banda britânica foram pra mim o melhor tesouro: Newborn, um trabalho explosivo, com um dedilhado muito inspirado e solos de guitarra excelentes; e Apocalypse Please, com um piano macabro que evoca toda a vontade do eu-lírico de que o munde acabe de uma vez. É o tipo de canção que você gostará de ouvir em 2012, quando os Maias provarem estar certos e assim dizermos adeus à toda vida na Terra.

Seguindo a lista tenho o som pesado de Three Days Grace com sua I Hate Everything About You. Música simples, do tipo "teenage angst", que após escutar uma vez já dá vontade de sair chutando bundas na rua. aliás, a marca principal da banda é causar esse tipo de sensação =)

Em penúltima instância trago aqui o caótico trabalho de The Smashing Pumpkins, uma banda que sofreu diversas transformações ao longo de mais de 18 anos de carreira mas que sempre contou com o cérebro da equipe, Billy Corgan. Fui fisgado por TSM a partir de seus primeiros trabalhos (Today, que conheci no Rock Band), e trouxe à essa lista dois de seus melhores exemplares: Cherub Rock e 1979. Essas duas, um dia, espero aprender a tocar e a cantar só pra ter o prazer de fazer um cover delas e assim aumentar meu leque de sedução.


Mas rufem os tambores: 2010 foi o ano de Placebo. Conhecia apenas duas músicas dos caras (Every You, Every Me e Meds), mas quando soube que eles tocariam quase ao lado da minha casa e a preço de custo, resolvi baixar sua discografia. Fiquei fascinado com a banda e seu show no Chevrolet Hall foi melhor do que eu esperava. Escolhi duas canções: Speak in Tongues e Bright Lights. A primeira é aquele tipo de música que te bota pra cima com frases simples e acima de tudo muito sinceras:

Don't let them have their way
Don't give in to yesterday
we can build a new tomorrow today.

Escutem e saberão do que estou falando. Brian Molko cantando-a faz qualquer marmanjo encher os olhos.

A segunda, Bright Lights, poderia facilmente ser a TOP master 2010 se eu criasse algum tipo de ordem na lista. É aquele tipo de canção que descreve exatamente a gente num determinado contexto, e devo dizer que não conheci outra nesse ano que falasse tanto sobre mim quanto ela. Exclusivamente postarei aqui sua letra, tradução seu link pro clipe no Youtube.



Luzes Brilhantes (e Buracos Negros)
Evoque sua mente para os dias em que eu fingia estar bem,
Eu tinha tanto a dizer sobre minha vida louca.
Mas agora que encarei o abismo, tantas pessoas eu irritei.
En tenho que encontrar um caminho balanceado,
uma maneira melhor de viver.

Então, eu ainda não desisti, mas todas as minhas escolhas
e minha boa sorte meio que desapareceram e me deixaram
preso numa prisão aberta.
Agora estou tentando me libertar, entrar num estado de empatia
Encontrar meu verdadeiro e interno Eu,
erradicar a alienação.

Ninguém pode tirá-lo de mim, e ninguém pode destruí-lo
porque um coração que dói é um coração que funciona.
(luzes brilhantes e buracos negros)
Um coração que dói é um coração que funciona.

é isso. até a próxima!