terça-feira, 6 de março de 2012

I've got another confession, my friend...

Review sobre o documentário do Foo Fighters: Back and Forth (2011)

Quando me indicaram o documentário do Foo Fighters: Back and Forth, lembro-me de postergar por várias semanas até finalmente tomar um tempo e assistí-lo. Diga-se de passagem, fiz a mesma coisa quando vi pela primeira vez Clube da Luta, e... nossa. Que sirva de lição esperar tanto tempo para ver filmes tão bons!


Este projeto, que trata do início da carreira de Dave Grohl como líder de sua nova banda, atrairá tanto aqueles que já são fãs de seu trabalho como também aqueles que conhecem apenas alguns hits como All My Life, Learn to Fly, Times Like These and Big Me. Independente, a construção e a clareza da narrativa coloca esses dois grupos de espectadores num mesmo balaio, pois oferta informações desconhecidas até para o mais ferrenho fã como também traz um panorama para quem pouco conhece a banda.

E assim, sob o estandarte daqueles que não conhecem os bastidores da banda de Grohl, conferi o trabalho. A primeira coisa que se pensa ao associar Nirvana e Foo Fighters é que Dave em algum momento deu a volta por cima após o suicídio de Kurt, seguiu uma direção mais fanfarrona e montou sua banda (vide os clipes do FF). E é basicamente o que mostra na tela nos primeiros 15 minutos de produção!

Contudo, mais marcante do que supor a trajetória do músico é conhecer mais seu lado humano e notar sua reação em diversas situações demonstradas no documentário, entre elas:

1- A notícia da morte de Kurt;
2- A angústia de ser sempre associado ao Nirvana no início do FF;
3- A decisão repentina de regravar todas as faixas da bateria do álbum The Colour and the Shape, a despeito da opinião do bateirista da banda na época, William Goldsmith;
4- A aceitação de que por algum motivo mágico, o FF não conseguia capturar um membro para sua banda por muito tempo;
5- O concerto no estádio de Wembley que, no auge da música Best of You, Grohl não aguenta e chora de felicidade.

Dave, ao longo da película, se manifesta como um cara sensato, um líder esforçado e que tem muita noção da identidade da banda que criou. E ainda mais, é um cara extremamente criativo, principalmente durante o processo de produção do Wasting Light, em que ele, para compor uma das faixas do álbum, pede cinco minutos para escrever uma letra qualquer e que atenda, sob suas próprias palavras, o tal do lixo fonético.

Foo Fighters: Back and Forth, é um tocante registro do construir a música, tanto no sentido comercial quanto no criativo. É um bonito retrato audiovisual de uma das bandas mais interessantes dos anos 90, e que está na estrada, ainda hoje, lançando trabalhos cada vez mais primorosos. Sem pieguices ou meias palavras, é um retrospecto da vida deste cara caristmático que é o Dave Grohl, e como suas escolhas foram determinantes para que hoje escutemos em nossos mp3 players e ipods baladinhas como Everlong, The Pretender, Big Me...

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